quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Esperando o inesperado acontecer...

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

You And Me - Lifehouse by Boyce Avenue

Fazia tempo que eu não ouvia essa música, amei essa versão acustica... Linda!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

 
e que novembro seja doce, doce novembro!

domingo, 30 de outubro de 2011

 
E quando você chegar
Vem correndo aqui me ver
Bate na minha porta
E se eu perguntar quem é
Nem precisa responder!
Estou esperando por você.


Desejo que o seu melhor sorriso, esse aí tão lindo, aconteça incontáveis vezes pelo caminho. Que cada um deles crie mais espaço em você. Que cada um deles cure um pouco mais o que ainda lhe dói. Que cada um deles cante uma luz que, mesmo que ninguém perceba, amacie um bocadinho as durezas do mundo.

[Ana Jácomo]

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

'Desculpa o excesso. 
De palavras, sentimento, lembranças. 
Eu sei que canso. 
Desculpa a confusão… 
Ser tanto, ser tantas. 
Transbordo mesmo. 
Mas é que meu barco já veio furado. 
Tive que aprender a nadar em águas profundas. 
E fiquei assim, densa. 
Indo sempre ao fundo de mim, de você, dos outros.'

domingo, 9 de outubro de 2011

"eu sei é um doce te amar,
o amargo é querer te pra mim!"

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

"Não me prendo a nada que me defina.
Sou companhia, mas posso ser solidão.
Tranqüilidade e inconstância,
pedra e coração.
Sou abraços, sorrisos, ânimo,
bom humor, sarcasmo, preguiça e sono.
Música alta e silêncio.
Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser.
Não me limito, não sou cruel comigo!
Serei sempre apego pelo que vale a pena
e desapego pelo que não quer valer…"

[Clarice Lispector]

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Ter que atravessar os gelos de julho 
para chegar despedaçado em agosto e, 
a partir de setembro, 
tentar reunir os cacos outra vez. 
Caio Fernando Abreu

segunda-feira, 16 de maio de 2011

"...É nesse momento que conceitos como moral, certo, errado, bem ou mal deixam de ter sentido. Fica no final de tudo só a vida que flui e reflui sem nome, imensa. Porque nada do que possa se passar no coração humano é vergonhoso. Nada é impuro quando acontece aquele atrevimento mágico de transformar a vida em arte. Penso em ti quando a vida me pesa e as pessoas batizam com nomes sórdidos esses lados escondidos da emoção. E fico sempre mais forte, mesmo sentindo saudade, sem saber que te alcanço aí, nesse outro lado de todas as coisas, para onde um dia também irei. Fica cheio de luz..."

Caio F. Abreu

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Assim parece fácil

Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue; outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer.

 Clarice Lispector

quinta-feira, 5 de maio de 2011





queria arrancar esse sentimento de mim
como se arranca um fio de cabelo
sem o menor apego
pois mais cedo ou mais tarde 
sei que nascerá outro em seu lugar



Senhorita N

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Acho que eu sonho em ter uma família grande e feliz porque eu nunca tive uma... Ser mãe, mulher e dona de casa parece uma coisa machista mas não acho que nada me tornaria mais realizada. Hoje em dia parece uma coisa normal; filhos de pais separados, mas, só quem é filho de uma relação assim sabe como é ruim. Desde os 5 anos de idade que eu sofri com isso, morei com meu pai e morria de saudade da minha mãe que eu só via nas férias e nos fins de semana, depois o contrario, acho que por isso cresci meio revoltada, vendo minhas amigas com pai, mãe e irmãos num mesmo ambiente e aquele ambiente parecia tão saudável e feliz e eu nunca tive isso, então esse foi se tornando o meu sonho de vida, que tá cada dia mais distante porque os homens estão cada dia menos querendo compromisso, e pra criar filhos do jeito que eu fui criada, melhor não tê-los... Mas sempre há alguma esperança pra lutar pelo ideais, e eu não desisto NUNCA!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

como eu sinto saudade...

e como é estranha essa tal de saudade! ninguém vê, só sente e sabe que ela existe. e quando doí! doí forte, que chega apertar o peito e o pior é que não dá nem pra tomar um remédio ou  fazer um curativo pra parar de doer. Eu sinto saudade da infância por exemplo, quando eu não via maldade em nada e corria pela rua descalça, hoje nem em casa eu fico descalça. Sinto saudade de um cheiro, de um gosto que me faz ter saudade de algum outro momento. Sinto saudades de amigos de ontem, de hoje e de sempre que estando presentes ou não na minha vida me proporcionaram momentos especiais e inesquecíveis. Sinto saudade do que poderia ter sido e não foi, de planos malucos que acabaram não dando certo ou não seguindo adiante, sinto saudade até do que não existiu, mas sonhei tanto com aquilo! ... saudade de ter amado alguém que hoje só de saber que tá feliz  mesmo longe de mim, isso me faz bem, porque ter saudade também é amar o que si foi se te trouxe algum aprendizado. Saudade de pessoas que se foram e só deixaram saudade, como meu avô que me ensinou a jogar dama e é a lembrança mais doce que tenho dele, e meu pai, ah como eu sinto saudades do meu pai! que me pegava no colo no sofá pra me colocar na cama quando eu cochilava vendo tv, e eu despertava e fingia que ainda estava dormindo só pra ele me cobrir e me da beijinho, e dele tentar me ensinar a nadar, e do sorriso aberto, e de quando ele me fazia sorrir, já sinto saudade de querer ele aqui pra me levar no altar no dia que eu casar ou na minha formatura e segurar meus filhos o dia que eu for mãe, e não consigo pensar em sentir saudade de mais nada quando penso nele, porque é o que me faz mais falta na vida, mas me conforto em sentir saudades porque como diz a música de Nx zero "Cedo ou tarde a gente vai se encontrar, tenho certeza, numa bem melhor!". e  ai continuo com as minhas saudades que são muitas, infinitas e eternas. De tudo aquilo que já vivi e me fez feliz e que conseguiu tirar um sorriso de mim, mesmo que depois tenha me feito chorar, eu nunca vou parar de sentir saudade, porque aí, vou é sentir saudade de sentir saudade.

domingo, 10 de abril de 2011

"Não se preocupe mais... com tanta bobagem, apenas viva! Quem te merece não te faz chorar... e se for chorar que seja de felicidade!

Não se preocupe tanto assim com o que dizem de você, o único que te conhece como ninguém ... é você mesmo.

Dê valor a quem te ama e viva pela paz, mas não deixe de defender sua opinião.

Viva cada dia como se fosse o último, não tente entender o mundo nem as pessoas, é perda de tempo.

Apenas viva e sorria.

Permita que a felicidade entre na sua vida, e não deixe que ela vá embora ."

Clarice Lispector

sexta-feira, 8 de abril de 2011

O Dia que Júpiter encontrou Saturno

 
Foi a primeira pessoa que viu quando entrou. Tão bonito que ela baixou os olhos, sem querer querendo que ele também a tivesse visto. Deram-lhe um copo de plástico com vodka, gelo e uma casquinha de limão. Ela triturou a casquinha entre os dentes, mexendo o gelo com a ponta do indicador, sem beber. Com a movimentação dos outros, levantando o tempo todo para dançar rocks barulhentos ou afundar nos quartos onde rolavam carreiras e baseados, devagarinho conquistou uma cadeira de junco junto a janela. A noite clara lá fora estendida sobre Henrique Schaumann, a avenida poncho & conga, riu sozinha. Ria sozinha quase o tempo todo, uma moça magra querendo controlar a própria loucura, discretamente infeliz. Molhou os lábios na vodka tomando coragem de olhar para ele, um moço queimado de sol e calças brancas com a barra descosturada. Baixou outra vez os olhos, embora morena também, e suspirou soltando os ombros, coluna amoldando-se ao junco da cadeira. Só porque era sábado e não ficaria, desta vez não, parada entre o som, a televisão e o livro, atenta ao telefone silencioso. Sorriu olhando em volta, muito bem, parabéns, aqui estamos.

Não que estivesse triste, só não sentia mais nada.

Levemente, para não chamar atenção de ninguém, girou o busto sobre a cintura, apoiando o cotovelo direito sobre o peitoril da janela. Debruçou o rosto na palma da mão, os cabelos lisos caíram sobre o rosto. para afastá-los, ela levantou a cabeça, e então viu o céu tão claro que não era o céu normal de Sampa, com uma lua quase cheia e Júpiter e Saturno muito próximos. Vista assim parecia não uma moça vivendo, mas pintada em aquarela, estatizada feito estivesse muito calma, e até estava, só não sentia mais nada, fazia tempo. Quem sabe porque não evidenciava nenhum risco parada assim, meio remota, o moço das calças brancas veio se aproximando sem que ela percebesse.

Parado ao lado dela, vistos de dentro, os dois pintados em aquarela - mas vistos de fora, das janelas dos carros procurando bares na avenida, sombras chinesas recortadas contra a luz vermelha.

E de repente o rock barulhento parou e a voz de John Lennon cantou every dau, every way is getting better and better. Na cabeça dela soaram cinco tiros. Os olhos subitamente endurecidos da moça voltaram-se para dentro, esbarrando nos olhos subitamente endurecidos dos moço. As memórias que cada um guardava, e eram tantas, transpareceram tão nitidamente nos olhos que ela imediatamente entendeu quando ele a tocou no ombro.

-Você gosta de estrelas?
-Gosto. Você também?
-Também. Você está olhando a lua?
-Quase cheia. Em Virgem.
-Amanhã faz conjunção com Júpiter.
-Com Saturno também.
-Isso é bom?
-Eu não sei. Deve ser.
-É sim. Bom encontrar você.
-Também acho.

(Silêncio)

-Você gosta de Júpiter?
-Gosto. Na verdade "desejaria viver em Júpiter onde as almas são puras e a transa é outra".
-Que é isso?
-Um poema de um menino que vai morrer.
-Como é que você sabe?
-Em fevereiro, ele vai se matar em fevereiro.

(Silêncio)

-Você tem um cigarro?
-Estou tentando parar de fumar.
-Eu também. Mas queria uma coisa nas mãos agora.
-Você tem uma coisa nas mãos agora.
-Eu?
-Eu.

(Silêncio)

-Como é que você sabe?
-O quê?
-Que o menino vai se matar.
-Sei de muitas coisas. Algumas nem aconteceram ainda.
-Eu não sei nada.
-Te ensino a saber, não a sentir. Não sinto nada, já faz tempo.
-Eu só sinto, mas não sei o que sinto. Quando sei, não compreendo.
-Ninguém compreende.
-Às vezes sim. Eu te ensino.
-Difícil, morri em dezembro. Com cinco tiros nas costas. Você também.
-Também, depois saí do corpo. Você já saiu do corpo?

(Silêncio)

-Você tomou alguma coisa?
-O quê?
-Cocaína, morfina, codeína, mescalina, heroína, estenamina, psilocibina, metedrina.
-Não tomei nada. Não tomo mais nada.
-Nem eu. Já tomei tudo.
-Tudo?
-Cogumelos têm parte com o diabo.
-O ópio aperfeiçoa o real
-Agora quero ficar limpa. De corpo, de alma. Não quero sair do corpo.

(Silêncio)

-Acho que estou voltando. Usava saias coloridas, flores nos cabelos.
-Minha trança chegava até a cintura. As pulseiras cobriam os braços.
-Alguma coisa se perdeu.
-Onde fomos? Onde ficamos?
-Alguma coisa se encontrou.
-E aqueles guizos?
-E aquelas fitas?
-O sol já foi embora.
-A estrada escureceu.
-Mas navegamos.
-Sim. Onde está o Norte?
-Localiza o Cruzeiro do Sul. Depois caminha na direção oposta.

(Silêncio)

-Você é de Virgem?
-Sou. E você, de Capricórnio?
-Sou. Eu sabia.
-Eu sabia também.
-Combinamos: terra.
-Sim. Combinamos.

(Silêncio)

-Amanhã vou embora para Paris.
-Amanhã vou embora para Natal.
-Eu te mando um cartão de lá.
-Eu te mando um cartão de lá.
-No meu cartão vai ter uma pedra suspensa sobre o mar.
-No meu não vai ter pedra, só mar. E uma palmeira debruçada.

(Silêncio)

-Vou tomar chá de ayahuasca e ver você egípcia. Parada do meu lado, olhando de perfil.
-Vou tomar chá de datura e ver você tuaregue. Perdido no deserto, ofuscado pelo sol.
-Vamos nos ver?
-No teu chá. No meu chá.

(Silêncio)

-Quando a noite chegar cedo e a neve cobrir as ruas, ficarei o dia inteiro na cama pensando em dormir com você.
-Quando estiver muito quente, me dará uma moleza de balançar devagarinho na rede pensando em dormir com você.
-Vou te escrever carta e não te mandar.
-Vou tentar recompor teu rosto sem conseguir.
-Vou ver Júpiter e me lembrar de você.
-Vou ver Saturno e me lembrar de você.
-Daqui a vinte anos voltarão a se encontrar.
-O tempo não existe.
-O tempo existe, sim, e devora.
-Vou procurar teu cheiro no corpo de outra mulher. Sem encontrar, porque terei esquecido. Alfazema?
-Alecrim. Quando eu olhar a noite enorme do Equador, pensarei se tudo isso foi um encontro ou uma despedida.
-E que uma palavra ou um gesto, seu ou meu, seria suficiente para modificar nossos roteiros.

(Silêncio)

-Mas não seria natural.
-Natural é as pessoas se encontrarem e se perderem.
-Natural é encontrar. Natural é perder.
-Linhas paralelas se encontram no infinito.
-O infinito não acaba. O infinito é nunca.
-Ou sempre.

(Silêncio)

-Tudo isso é muito abstrato. Está tocando "Kiss, kiss, kiss". Por que você não me convida para dormirmos juntos.
-Você quer dormir comigo?
-Não.
-Porque não é preciso?
-Porque não é preciso.

(Silêncio)

-Me beija.
-Te beijo.

Foi a última pessoa que viu ao sair. Tão bonita que ele baixou os olhos, sem saber sabendo que ela também o tinha visto. Desceu pelo elevador, a chave do carro na mão. Rodou a chave entre os dedos, depois mordeu leve a ponta metálica, amarga. Os olhos fixos nos andares que passavam, sem prestar atenção nos outros que assoavam narizes ou pingavam colírios. Devagarinho, conquistou o espaço junto à porta. Os ruídos coados de festas e comandos da madrugada nos outros apartamentos, festas pelas frestas, riu sozinho. Ria sozinho quase sempre, um moço queimado de sol, com a barra branca das calças descosturadas, querendo controlar a própria loucura, discretamente infeliz.

Mordeu a unha junto com a chave, lembrando dela, uma moça magra de cabelos lisos junto à janela. Baixou outra vez os olhos, embora magro também. E suspirou soltando os ombros, pés inseguros comprimindo o piso instável do elevador. Só porque era sábado, porque estava indo embora, porque as malas restavam sem fazer e o telefone tocava sem parar. Sorriu olhando em volta.

Não que estivesse triste, só não compreendia o que estava sentindo.

Levemente, para não chamar a atenção de ninguém, apertou os dedos da mão direita na porta aberta do elevador e atravessou o saguão de lado, saindo para a rua. Apoiou-se no poste da esquina, o vento esvoaçando os cabelos, e para evitá-lo ele então levantou a cabeça e viu o céu. Um céu tão claro que não era o céu normal de Sampa, com uma lua quase cheia e Júpiter e Saturno muito próximos. Visto assim parecia não um moço vivendo, mas pintado num óleo de Gregório Gruber, tão nítido estava ressaltado contra o fundo da avenida, e assim estava, mas sem compreender, fazia tempo. Quem sabe porque não evidenciava nenhum risco, a moça debruçou-sena janela lá em cima e gritou alguma coisa que ele não chegou a ouvir. Parado longe dela, a moça visível apenas da cintura para cima parecia um fantoche de luva, manipulado por alguém escondido, o moço no poste agitando a cabeça, uma marionete de fios, manipulada por alguém escondido.
De repente um carro freou atrás dele, o rádio gritando "se Deus quiser, um dia acabo voando". Na cabeça dele soaram cinco tiros. De onde estava, não conseguiria ver os olhos da moça. De onde estava, a moça não conseguiria ver os olhos dele. Mas as memórias de cada um eram tantas que ela imediatamente entendeu e aceitou, desaparecendo da janela no exato instante em que ele atravessou a avenida sem olhar para trás.

Caio F. Abreu

domingo, 3 de abril de 2011

“Fiquei feliz em poder sentir tua falta, - a falta mostra o quão necessitamos de algo/alguém. É assim o nosso ciclo. Eu te preciso. Perto, longe, tanto faz. Preciso saber que tu está bem, se respira, se comeu ou tomou banho - com o calor que está fazendo neste verão, tome pelo menos uns três ao dia, e pense em mim, estou com calor também. Me faz bem pensar nessas atividades corriqueiras, que supostamente você está fazendo. Ah, e eu estou te esperando, com meu vestido curto, óculos escuros grandes e meu coração pulsando forte, e te abraçar até sentir o mundo girar apenas para nós. É, eu gosto muito de ti.”

Caio Fernando Abreu

terça-feira, 29 de março de 2011

Crônica do Amor

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.

O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.

Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.

Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.

Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.

Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?

Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.

Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara?

Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.

É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.

Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.

Não funciona assim.

Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.

Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!

Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.

Arnaldo Jabor

segunda-feira, 14 de março de 2011

Amiga, acho que não quero mais ser sua boneca de louça ... 
cansei de ser frágil e não conseguir me defender sozinha 
 desisto de sonhar com minha casinha de cerca branca 
e com meu conto de fadas PERFEITO ... 

estou começando a perder as esperanças e
acreditando que alguns sonhos realmente não são tão possíveis assim! 

 minhas mágoas tão me tornando dura e fria ... 


 Posso até ser encantadora mas sou realista demais
pra não perceber que eu preciso mudar, pra viver nesse mundo tão raso...

Pois como diz Djavan :

"Nem que eu bebesse o mar, encheria o que eu tenho de fundo"

sexta-feira, 11 de março de 2011

“E me dá uma saudade irracional de você. Uma vontade de chegar perto, de só chegar perto, te olhar sem dizer nada, talvez recitar livros, quem sabe só olhar estrelas… dizer que te considero - pode ser por mais um mês, por mais um ano, ou quem sabe por uma vida - e que hoje, só por hoje ou a partir de hoje (de ontem, de sempre e de nunca), é sincero.”

- Caio Fernando Abreu.

sábado, 5 de março de 2011

Tem dias que a gente acorda e tudo parece estar de cabeça pra baixo, nada mais faz sentido...
ir a faculdade não tem mais a mesma graça, reencontrar velhos amigos já não é como antes, até porque as vezes é mais fácil dizer aos outros que você está bem do que explicar todas as razões de não estar.  E rir de si mesma é tudo que lhe sobra de tão ridicula que se tornou a sua vida...
Eu me sinto tão vazia que parece que não tem amor em mais nada que eu faço... e de que vale a vida sem amor!?  
"desencanto absurdo, fiz papel de besta! comecei a bestar e bestando pela vida eu vou sem querer parar"
Como esquecer essa fala de uma fase tão especial da minha vida e que tem tanto haver comigo, as pessoas parecem entender o meu jeito só de olhar ou pelo menos fingem que entendem e não me levam muito a serio... é disso que estou precisando; de alguém que me leve a sério! que me aceite como eu sou e consiga me amar assim, sem preconceitos, sem pudores, sem medo de errar e ser feliz. Será que é tão difícil assim!?
E a minha vida torna-se uma busca incessante por essa resposta...

sábado, 1 de janeiro de 2011

Feliz Ano Novo!

Chega de ficar quebrando a cara com os velhos erros de sempre.
Quero cometer erros novos, passar por apertos diferentes, experimentar situações desconhecidas, sair da rotina e do lugar comum.
Este ano eu preciso crescer.
Chega de saber a saída e ficar parado na porta, ensaiando os passos sem nunca entrar na estrada, esperando que me venha o que eu mais preciso encontrar.
Este ano, se eu tiver que sofrer, será por sofrimentos reais, nunca mais por males imaginários, preocupado com coisas que jamais acontecerão.
Chega de planejar o futuro e tropeçar no presente.
Chega de pensar demais e fazer de menos.
Chega de pensar de um jeito e fazer de outro.
Chega do corpo dizer sim e a cabeça, não.
Chega desses intermináveis conflitos que me fazem adiar para nunca a minha decisão.
 Este ano eu vou viver.