domingo, 8 de junho de 2025

Aquele dos 39 aos 39

Sim.

Foram 39.
Não são números,
são capítulos.
Alguns com início, meio e fim.
Outros, só parágrafo raso,
beijo rápido, corpo quente
e silêncio no dia seguinte.

Teve amor verdadeiro — poucos.
Paixões que incendiaram tudo em mim,
e outras que mal acenderam a luz do quarto.
Teve erro, teve riso, teve medo.
Mas nenhum deles ficou.
Nenhum me escolheu pra ser casa.

E por mais que doa admitir,
acho que não era ele.
Nenhum era.
Porque eu sei que quando for,
vai ser inteiro.
E eu não vou mais implorar presença
nem precisar me fazer pequena
pra caber em espaço nenhum.

Meu Deus, como eu quero ser cuidada!
Só isso.
Alguém que veja em mim o abrigo
e não só a aventura.
Que fique pra jantar,
que ouça minha bagunça interna
e queira arrumar comigo.

Cansei de ser sempre quem cuida.
De carregar o amor nas costas
e receber metades como troco.

Eu sonhei a vida toda
com uma família que fosse minha.
Um lar com cheiro de café
e promessas que não somem pela manhã.

E talvez, só talvez,
a minha felicidade completa
more nesse “ainda não”.
Nesse amor que ainda vem.
Nesse alguém que, por enquanto,
tá aprendendo a me encontrar.

E quem sabe... seja o 40.


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