"Nós procuramos e não achamos um nome para esse sentimento: é a busca pelo que nunca se conheceu. Pode-se ter uma casa, uma família especial, comida na mesa e saúde impecável. Mas todos, todos estamos sujeitos à dor do vazio inexplicável.
Racionalmente, sabemos que podemos ter todos os motivos para sorrir. E não é que sejamos tristes, mas, vez ou outra, somos pegos de surpresa pela profunda sensação de falta.
Então nos vemos totalmente sem saber o que dizer, não por ausência de sentimentos, mas porque faltam palavras. E porque não existem razões aparentes que justifiquem isso, mas o vazio existe, e está presente todos os dias. Alguns dias mais, outros menos, mas sempre está lá. Às vezes, adormecido, esperando um momento qualquer para surgir com mais intensidade.
Continuamos sem saber o porquê dessa sensação: ela simplesmente está lá, e, uma vez que não encontramos justificativas, sentimo-nos fracos, impotentes, atingidos por uma onda de pessimismo sem motivos.
Mas é por meio desse sentimento de vazio que reservamos um tempo para nós mesmos para analisar nossos valores e crescer. Entender que a natureza das coisas é de momentos infelizes e alegres; perceber que nada é eterno. O vazio sem razão talvez pareça poderoso e destrutivo, mas o que fazemos a partir dele é determinante."