sábado, 5 de julho de 2025

Se a pessoa traiu, sumiu, deu zig, enrolou, não ligou, entrou num vácuo e desapareceu, se só te procura de vez em quando ou te procura sempre, mas não mantém nenhum vínculo, em 99,9% o motivo é, foi ou será o sexo.
Os homens, em alguns casos, até precisam de uma ceninha antes, tipo levar a gata pra comer uma pizza ou um temaki e só depois concluir o assunto, mas para nós, é mais fácil que roubar bala de criança. Duvido que na agenda de um celular feminino, não tenha pelo menos UM cara que ela poderia ligar a qualquer hora e ser “atendida”
Dar é bom, faz bem e se você souber administrar a sensação do pós e não ter ressaca moral ou achar que o cara se apaixonara por você, tá super valendo.
O que me assusta são determinadas abordagens, sabe? A forma direta e sem tato de propor ou em alguns casos, um teatrinho de quinta… aquela encenação toda pra te fazer acreditar que a coisa é séria, que dali vai sair uma relação mais duradoura e depois de transar algumas vezes, a criatura age como se nem te conhecesse.
Me assusta aquele ex que aparece do nada e acha que você sempre estará disponível para reviver os momentos sexuais daquela história que já terminou há séculos e que já não significa nada pra você.
Me assusta a pessoa que te trata como objeto, só porque você também sentiu desejo e transou, mas ele acha que depois do sexo não precisa ser gentil ou educado e já começa a falar da sua amiga gostosa, enquanto vocês ainda estão na cama.
Me assusta o olhar frio, o olhar igual para todas as pessoas, o olhar que nunca enxerga a alma, apenas o corpo. Ainda que seja só desejo, é importante olhar com atenção, sentir a pessoa, saber o que a faz sorrir.
Me assusta o ser chamada de “chata” por dizer não à encontros furtivos e preferir ficar em frente à uma TV, acompanhada de um bom filme. Onde está o respeito às escolhas?
Sexo é bom e muito importante, mas nem sempre é urgente!
As vezes o prazer de se poupar e escolher quando quer e com quem quer, é bem maior que gozar com qualquer convite, ainda que você esteja subindo pelas paredes...

quinta-feira, 3 de julho de 2025

Ela subiu os degraus de volta pra si

Hoje, ela cruzou o vidro.

Do outro lado, olhos suplicavam por carinho — mas não eram só olhos felinos.

Havia ali também a ausência de quem um dia chamou de lar,

E a presença de tudo que um dia ela foi… e não quer mais ser.


Ela podia ter entrado.

O impulso era esse: voltar a ser quem cuidava, quem deixava bilhetes na ausência,

quem limpava a bagunça dos outros sem ninguém pedir.

Mas ela ficou do lado de fora.

Porque agora o limite é claro como o silêncio que lhe foi dado em troca.


Ela chorou, claro que chorou.

Mas não entrou.

E isso muda tudo.


Não importa se lá dentro está a lembrança do cheiro,

ou a bagunça que ele sempre achou que alguém limparia.

Ela já não é mais esse "alguém".

Não está mais disponível. Nem pros restos. Nem pro pouco.


Ela voltou pra casa com o coração apertado,

mas firme — como quem escreve um novo capítulo com lágrimas, mas sem regressos.

Ela não estalkeou, não procurou saber.

Ela decidiu fingir que ele não mora mais aqui.

E talvez, de fato, ele não more.

Nem naquele apartamento…

nem em lugar nenhum que mereça permanência dentro dela.


Ela sabe o que carrega:

o amor que deu, a presença que foi, o cuidado que ninguém mais vai repetir.

E se ele um dia lembrar disso, que lembre em silêncio.

Porque o tempo de buscar migalhas passou.


Hoje, ela escolheu a si mesma.

E isso, mesmo com dor, é a maior vitória.